dr Lauro Matos de Almeida
OPEREI A TIREOIDE - PRECISO FAZER IODO RADIOATIVO?
Atualizado: 13 de set. de 2021
Receber o diagnóstico de um câncer da tireoide não é uma experiência fácil. Se você está passando por isso, é importante se informar sobre a doença e ter calma para se concentrar nas etapas do tratamento e na recuperação. Leia também o artigo sobre os três pilares do tratamento do câncer da tireoide para entender como é feito o manejo da doença.
O tratamento com iodo radioativo é um dos pilares do manejo do câncer da tireoide. Classicamente ele é feito de 6 a 12 semanas após a retirada completa da tireoide (tireoidectomia total), mas não são todas as pessoas com câncer da tireoide que terão indicação de fazer o tratamento.
É normal que você tenha dúvidas sobre o assunto, e em minha prática diária vejo que a mais comum é a seguinte: "Dr. Lauro, vou precisar fazer o iodo radioativo?". Acompanhe os tópicos abaixo para entender melhor como essa decisão é tomada:
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"Tenho câncer da tireoide – como saber se sou candidato ao tratamento com iodo radioativo?"
Para responder essa pergunta, precisamos ter em mãos o resultado da biopsia pós-operatória. Nós só vamos considerar fazer iodo radioativo para aquelas pessoas que fizeram a retirada de toda a tireoide (tireoidectomia total) e o resultado da biopsia confirmou um câncer diferenciado da tireoide.
Os cânceres diferenciados da tireoide são de três tipos, e os nomes deles estão listados logo abaixo. Para saber se teve um deles, olhe o resultado da sua biopsia e veja se o nome que aparece é um desses três:
Carcinoma papilífero da tireoide.
Carcinoma folicular da tireoide.
Carcinoma de células de Hürtle.
É importante lembrar também que o iodo radioativo não deve ser feito em gestantes. Se você operou durante a gravidez, ou engravidou depois da cirurgia, terá que esperar para fazer o tratamento.
"O meu tipo foi um dos cânceres diferenciados, então eu preciso fazer o iodo?"
Não! Nem todo paciente que retirou um câncer diferenciado da tireoide vai precisar fazer o iodo radioativo... O que vai determinar se você precisa ou não fazer o tratamento com iodo é a união de três fatores:
Fatores clínicos, especialmente a idade.
Características do tumor na biopsia.
Resultado dos exames de tireoglobulina e anti-tireoglobulina (exames de sangue).
Essas informações serão avaliadas na consulta de seguimento após a cirurgia de retirada da tireoide. E é nesse momento que você conversará com seu cirurgião de cabeça e pescoço ou com seu médico nuclear sobre a necessidade ou não do iodo.
As pessoas que não vão precisar fazer o iodo radioativo são aquelas que tem baixo risco de recidiva do câncer, ou seja, baixo risco de que a doença volte.
"Como eu sei quem tem baixo risco para retorno da doença?"
Dizer que a pessoa tem baixo risco, significa dizer que ela teve um tumor inicial da tireoide (tamanho pequeno e sem extensão para fora da glândula, para linfonodos ou vasos sanguíneos) que foi completamente retirado com cirurgia. E que além disso os exames de sangue mostraram baixa tireoglobulina e anti-tireoglobulina.
Outros fatores que podem pesar nessa decisão são a idade (pessoas com < 45 anos tem menor risco de recidiva), se há ou não muitos casos de câncer da tireoide na família e se a pessoa já se fez radioterapia no passado.
Não guarde suas dúvidas!
Mande a sua pergunta para mim nas redes sociais e lembre-se da importância de conversar sempre com seu médico cirurgião de cabeça e pescoço e com seu médico nuclear. Eles estão do seu lado nessa luta.
Espero ter te ajudado! Bom tratamento!
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